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Rua Pietragelo de Biase, 1 - Praia do MorroCasa duplex a venda, de luxo, 3 quartos/3 suites, na Praia do Morro, Guarapari, ES Lançamento na Praia do Morro. Condominio Residencial da aldeia. Imóveis Grassi vende luxuosa casa duplex, composta de 3 suítes (sendo uma suíte MASTER com closet e ampla varanda), ampla sala de estar/jantar, lavabo, cozinha e copa, área de serviço e banheiro de empregada . 2 vagas de garagem. 178m² de área construída. 180m² de terreno. Sistema de aquecimento solar para água. Sistema de captação e aproveitamento de água pluvial. Infra estrutura para instalação de TV a cabo. Infra estrutura para instalação de alarme e de cerca elétrica. Infra estrutura para instalação de ar condicionado split. Área de lazer com churrasqueira, piscina e cascata individualmente para cada casa. Alto padrão de qualidade e fino acabamento. Não serão casas geminadas e não terão despesa de condomínio. Cada casa terá sua área de lazer privativa e cada imóvel devidamente registrado individualmente no CRGI. Financiamento direto em até 150 meses.Guarapari - ESCasa duplex a venda, de luxo, 3 quartos/3 suites, na Praia do Morro, Guarapari, ES Lançamento na Praia do Morro. Condominio Residencial da aldeia. Imóveis Grassi vende luxuosa casa duplex, composta de 3 suítes (sendo uma suíte MASTER com closet e ampla varanda), ampla sala de estar/jantar, lavabo, cozinha e copa, área de serviço e banheiro de empregada . 2 vagas de garagem. 178m² de área construída. 180m² de terreno. Sistema de aquecimento solar para água. Sistema de captação e aproveitamento de água pluvial. Infra estrutura para instalação de TV a cabo. Infra estrutura para instalação de alarme e de cerca elétrica. Infra estrutura para instalação de ar condicionado split. Área de lazer com churrasqueira, piscina e cascata individualmente para cada casa. Alto padrão de qualidade e fino acabamento. Não serão casas geminadas e não terão despesa de condomínio. Cada casa terá sua área de lazer privativa e cada imóvel devidamente registrado individualmente no CRGI. Financiamento direto em até 150 meses.
Rua Professor Feu Rosa, 352 - Santa TerezaEXCLUSIVIDADE!! Caro cliente, Convido-lhe a conhecer esse excelente imóvel localizado no Bairro Santa Tereza, um dos bairros mais nobres da região da Grande Santo Antônio. Este imóvel conta com 3 quartos com armários embutidos sendo 1 suíte com banheira, 2 salas, 1 banheiro social com blindex e armário, cozinha com piso em cerâmica e com armários. Os quartos, salas, escadas são todos em piso de madeira, o que trás conforto e aconchego para o lar, 3 vagas de garagem, varanda alta, quintal com jardim e área de serviço ampla. Este imóvel é uma exclusividade da ALEX DE MORAIS IMÓVEIS, uma ótima oportunidade de morar muito bem, pertinho de tudo, com uma vizinhança acolhedora, num imóvel de alto padrão, pertinho da Centro de Vitória. Agende uma visita e venha conhecer este imóvel encantador. Saiba um pouquinho sobre a localização deste imóvel: No extremo oeste da capital capixaba, um lugar guarda surpresas para quem por aquelas bandas se aventura. Santo Antônio, margeado pela Baía de Vitória, é o bairro mais antigo de Vitória. A história da região começou no início do século XX, quando se estabeleceram na parte plana do bairro algumas famílias de migrantes estrangeiros que comercializavam no mercado da capital. A área ocupada fazia parte da Fazenda Santo Antônio, de propriedade do Estado, que foi loteada e vendida no Governo de Jerônimo Monteiro, em 1910. Naquela época, o lugar não tinha perspectivas de crescimento e era considerado uma área à parte, longe do centro da cidade. Na década de 40, chegaram ao bairro dois padres Pavonianos, que iniciaram um trabalho social ligado à igreja, em favor da comunidade. A visão expansionista dos Pavonianos, além do aspecto de assistência às famílias carentes, ficou expressa na construção do Santuário de Santo Antônio, que hoje é a maior referência do bairro. Santuário-Basílica Inaugurado em maio de 1971, o Santuário de Santo Antônio ocupa uma área de 575 m² e tem capacidade para receber cerca de duas mil pessoas. Em 11 de agosto de 2008, o Santuário foi elevado à categoria de Basílica. De imponente e belo estilo arquitetônico, a única basílica do Espírito Santo se caracteriza pela simetria de suas formas. Fiel imitação da igreja bramantesca de Nossa Senhora da Consolação – um templo do século XVI da cidade de Todi, na Itália -, o santuário foi construído pelos padres Pavonianos com ajuda dos moradores da região na década de 60. Em maio de 2010, a Basílica recebeu o registro de Patrimônio Histórico Municipal, passando a incorporar a lista de imóveis preservados no Estado. Influenciado pelo Renascimento italiano, caracterizado pela perfeição e simetria das formas e medidas, o santuário apresenta uma bela cúpula central e quatro semicúpulas laterais, além de vitrais que irradiam grande luminosidade. Em seu interior, o visitante pode contemplar a escultura do crucifixo feita por Carlo Crépaz e os afrescos executados pelo pintor italiano Alberto Bogani. Santo Antônio hoje é um bairro residencial, onde o tradicional convive harmoniosamente com o atual. Há casas de um ou dois pavimentos, outras antigas e algumas em ruínas, sendo a maioria delas habitada pelos proprietários. Ali se alojam várias gerações da mesma família. O bairro também reserva opções para quem gosta de aproveitar um bom samba de raiz: todas as segundas-feiras, no Clube de Pesca, acontece uma roda de samba de primeira, conhecida como “Segunda sem Lei”.Vitória - ESEXCLUSIVIDADE!! Caro cliente, Convido-lhe a conhecer esse excelente imóvel localizado no Bairro Santa Tereza, um dos bairros mais nobres da região da Grande Santo Antônio. Este imóvel conta com 3 quartos com armários embutidos sendo 1 suíte com banheira, 2 salas, 1 banheiro social com blindex e armário, cozinha com piso em cerâmica e com armários. Os quartos, salas, escadas são todos em piso de madeira, o que trás conforto e aconchego para o lar, 3 vagas de garagem, varanda alta, quintal com jardim e área de serviço ampla. Este imóvel é uma exclusividade da ALEX DE MORAIS IMÓVEIS, uma ótima oportunidade de morar muito bem, pertinho de tudo, com uma vizinhança acolhedora, num imóvel de alto padrão, pertinho da Centro de Vitória. Agende uma visita e venha conhecer este imóvel encantador. Saiba um pouquinho sobre a localização deste imóvel: No extremo oeste da capital capixaba, um lugar guarda surpresas para quem por aquelas bandas se aventura. Santo Antônio, margeado pela Baía de Vitória, é o bairro mais antigo de Vitória. A história da região começou no início do século XX, quando se estabeleceram na parte plana do bairro algumas famílias de migrantes estrangeiros que comercializavam no mercado da capital. A área ocupada fazia parte da Fazenda Santo Antônio, de propriedade do Estado, que foi loteada e vendida no Governo de Jerônimo Monteiro, em 1910. Naquela época, o lugar não tinha perspectivas de crescimento e era considerado uma área à parte, longe do centro da cidade. Na década de 40, chegaram ao bairro dois padres Pavonianos, que iniciaram um trabalho social ligado à igreja, em favor da comunidade. A visão expansionista dos Pavonianos, além do aspecto de assistência às famílias carentes, ficou expressa na construção do Santuário de Santo Antônio, que hoje é a maior referência do bairro. Santuário-Basílica Inaugurado em maio de 1971, o Santuário de Santo Antônio ocupa uma área de 575 m² e tem capacidade para receber cerca de duas mil pessoas. Em 11 de agosto de 2008, o Santuário foi elevado à categoria de Basílica. De imponente e belo estilo arquitetônico, a única basílica do Espírito Santo se caracteriza pela simetria de suas formas. Fiel imitação da igreja bramantesca de Nossa Senhora da Consolação – um templo do século XVI da cidade de Todi, na Itália -, o santuário foi construído pelos padres Pavonianos com ajuda dos moradores da região na década de 60. Em maio de 2010, a Basílica recebeu o registro de Patrimônio Histórico Municipal, passando a incorporar a lista de imóveis preservados no Estado. Influenciado pelo Renascimento italiano, caracterizado pela perfeição e simetria das formas e medidas, o santuário apresenta uma bela cúpula central e quatro semicúpulas laterais, além de vitrais que irradiam grande luminosidade. Em seu interior, o visitante pode contemplar a escultura do crucifixo feita por Carlo Crépaz e os afrescos executados pelo pintor italiano Alberto Bogani. Santo Antônio hoje é um bairro residencial, onde o tradicional convive harmoniosamente com o atual. Há casas de um ou dois pavimentos, outras antigas e algumas em ruínas, sendo a maioria delas habitada pelos proprietários. Ali se alojam várias gerações da mesma família. O bairro também reserva opções para quem gosta de aproveitar um bom samba de raiz: todas as segundas-feiras, no Clube de Pesca, acontece uma roda de samba de primeira, conhecida como “Segunda sem Lei”.
Rua Nestor Gomes, 160 - CentroSobrado histórico à venda no coração de Vitória, Centro, com 3 andares, preservado com cuidado ao longo dos anos, construído em meados dos anos 20, conhecidos como "anos loucos", tempo de muitas reviravoltas no Brasil e no mundo, período que aconteceu a Primeira Semana de Arte Moderna, a transição rumo ao Brasil Moderno. Com uma área total de 400m², esta propriedade única oferece uma mistura encantadora de elementos vintage, rústicos e modernos. Atualmente utilizado como espaço de artes, este sobrado é uma verdadeira joia para os amantes da arte e da história, com suas marcas do tempo e histórias guardadas em cada canto. Com 2 quartos, 3 banheiros e 2 salas, 1 salão, porão com salão banheiro e área de serviço, este sobrado possui uma estrutura sólida e resistente, construída para resistir ao teste do tempo e das intempéries. Fachada em estilo antigo, preservada como na época em que foi construída, património histórico. As comodidades incluem cozinha, sala de jantar, quarto de serviço, despensa, copa, lavanderia, sala de estar, escritório, sacada com vista para o pôr-do-sol da linda baia de Vitória, aquecimento elétrico e piso com acabamentos em tábua de madeira e cerâmica, telhado rústico colonial com madeiras de lei aparentes. Um verdadeiro refúgio para quem valoriza a autenticidade e a qualidade. Meios de transporte de fácil acesso, próximo do Palácio Anchieta, Catedral Metropolitana de Vitória, Parque Moscoso, Mercado da Vila Rubim, Escola de Artes Fafi, Teatro Carlos Gomes, Cine Teatro Sesc Glória, em fim, localizado num maravilhoso museu a céu aberto. Comércios e serviços em geral por perto. Desocupado e não mobiliado, este sobrado oferece um ambiente espaçoso e cheio de potencial para quem deseja criar um lar com caráter e história. Com uma estrutura sólida e uma localização central privilegiada, esta propriedade é uma oportunidade única para quem busca um imóvel com personalidade e charme. Agende uma visita e descubra o encanto e a beleza deste sobrado histórico em Vitória. www.alexdemorais.com.br (27) 99838-0992Vitória - ESSobrado histórico à venda no coração de Vitória, Centro, com 3 andares, preservado com cuidado ao longo dos anos, construído em meados dos anos 20, conhecidos como "anos loucos", tempo de muitas reviravoltas no Brasil e no mundo, período que aconteceu a Primeira Semana de Arte Moderna, a transição rumo ao Brasil Moderno. Com uma área total de 400m², esta propriedade única oferece uma mistura encantadora de elementos vintage, rústicos e modernos. Atualmente utilizado como espaço de artes, este sobrado é uma verdadeira joia para os amantes da arte e da história, com suas marcas do tempo e histórias guardadas em cada canto. Com 2 quartos, 3 banheiros e 2 salas, 1 salão, porão com salão banheiro e área de serviço, este sobrado possui uma estrutura sólida e resistente, construída para resistir ao teste do tempo e das intempéries. Fachada em estilo antigo, preservada como na época em que foi construída, património histórico. As comodidades incluem cozinha, sala de jantar, quarto de serviço, despensa, copa, lavanderia, sala de estar, escritório, sacada com vista para o pôr-do-sol da linda baia de Vitória, aquecimento elétrico e piso com acabamentos em tábua de madeira e cerâmica, telhado rústico colonial com madeiras de lei aparentes. Um verdadeiro refúgio para quem valoriza a autenticidade e a qualidade. Meios de transporte de fácil acesso, próximo do Palácio Anchieta, Catedral Metropolitana de Vitória, Parque Moscoso, Mercado da Vila Rubim, Escola de Artes Fafi, Teatro Carlos Gomes, Cine Teatro Sesc Glória, em fim, localizado num maravilhoso museu a céu aberto. Comércios e serviços em geral por perto. Desocupado e não mobiliado, este sobrado oferece um ambiente espaçoso e cheio de potencial para quem deseja criar um lar com caráter e história. Com uma estrutura sólida e uma localização central privilegiada, esta propriedade é uma oportunidade única para quem busca um imóvel com personalidade e charme. Agende uma visita e descubra o encanto e a beleza deste sobrado histórico em Vitória. www.alexdemorais.com.br (27) 99838-0992
Ladeira Professor Anael Anchieta - lado par, 12 - do MoscosoAmigo cliente, Quero apresentar-lhe, um excelente imóvel de 3 quartos com armários e piso em tacos de madeira, 4 banheiro, sala para dois ambientes com piso em tacos de madeira, amplo, bem arejado e ótima iluminação natural, cozinha com armários e área de serviço com piso cerâmica, necessitando de reforma, sobrado, somente o segundo pavimento com o terraço e 1 vaga de garagem, excelente opção para quem quer disfrutar da praticidade e tranquilidade de morar no Centro da Capital. Localizado no Centro de Vitória, próximo a Caixa Econômica Federal, Parque Moscoso, Supermercado Epa, Parque Moscoso, Farmácia Drogasil, Farmácia Santa Lúcia, Banco Banestes, Banco Itaú, Caixa Econômica Federal, Padaria Expressa, Casa de Bamba, Rua Sete de Setembro. DOCUMENTAÇÃO IPTU, Escritura e Registro. Liberado para financiamento. Observação: Todas as informações foram prestadas pelo proprietário do imóvel. Chaves com o proprietário. Contato: (27) 9.9838-0992/9.9745-0691 Centro de Vitória: foi lá que tudo começou, mais precisamente na Cidade Alta. E o alto não foi por acaso: era estratégico para que os portugueses conseguissem se defender e, por consequência, a nova vila, de possíveis invasões. E como quase toda ocupação do período colonial, nossa Capital também foi construída ao redor de uma igreja, a Capela de Santa Luzia, hoje ainda de pé. A “descida” em direção ao mar é algo bem mais recente, dos séculos 19 e 20. O historiador Estilaque Ferreira dos Santos destaca que a região ainda preserva o desenho colonial que ganhou forma desde a ocupação portuguesa, com suas escadarias e largura de ruas. “O traçado fundamental de Vitória é do século 16. Ele por si só é uma relíquia. A maior parte das construções desapareceu, o tempo consumiu, mas o traçado ficou. O Centro histórico preserva esse traço, de uma cidade antiga, colonial de origem remota. As ruas tortuosas são de uma cidade colonial portuguesa típica. O historiador Sérgio Buarque de Hollanda lembrava que os portugueses iam construindo ruas tortuosas. E eles eram bem práticos”, conta. A antiga Igreja Matriz, com estilo colonial, foi demolida no século XX para dar lugar à Catedral Metropolitana, de estilo neogótico — Foto: Diego Alves A coordenadora de Revitalização Urbana da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec), Anna Karine de Queiroz Costa Belliini, ressalta que a Cidade Alta também tinha todas as características buscadas pelos portugueses para fundar uma vila no período colonial. “São características de defesa: de estar em uma região alta e próxima a um curso d’água, que no caso é a Baía de Vitória. Essa localização é estratégica para fundar uma cidade de posse e de defesa. O mar servia também para escoar a riqueza”, destaca. O primeiro triângulo Durante um bom tempo, completa Estilaque, nossa Vila cresceu basicamente em torno de um triângulo. Seus vértices eram a Capela de Santa Luzia, o Colégio de São Tiago - hoje Palácio Anchieta - e a Igreja Matriz, hoje Catedral. A Capela como primeira construção foi feita por Duarte Lemos (que recebeu a Ilha de Vasco Fernandes Coutinho) ao lado da própria casa, que hoje não existe mais. A partir desse triângulo, foram se desenvolvendo “trilhas”, que são nada mais do que as primeiras ruas de Vitória. “Foi em torno desse triângulo que, no século 16, José de Anchieta noticiou que Vitória tinha uma espécie de cerca. Era um triângulo construído basicamente com um objetivo de defesa militar, já que os ataques poderiam vir pelo mar. Ali se tinha uma posição de defesa melhor do que em qualquer outro lugar. É essa posição que explica o sucesso de Vitória e o sucesso do Espírito Santo”, destaca o historiador. Dentro desse triângulo é que foram se estabelecendo as casas, o comércio e as edificações locais. Outra construção importante que estava nessa região era a Câmara Municipal, junto com a ela, destaca Estilaque, estavam a cadeia e o pelourinho. Outra curiosidade é que o Palácio Anchieta não tinha a sua fachada voltada para o mar, como é hoje, mas sim para a Praça. “A fachada era voltada para a praça, que tinha uma importância muito grande nesse traçado. Os jesuítas atuavam no sentido de conduzir o território. As igrejas deles sempre eram construções muito importantes”, complementa Anna Karine. Para Anna Karine, a Cidade Alta demonstra um reflexo da revolução arquitetônica e urbana da cidade. Na região há edificações do período colonial, do início do período republicano e até outras mais atuais. “Há duas casinhas, por exemplo, que ficam atrás da Catedral. Elas são construções civis, do período colonial. Uma delas é a sede do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Elas eram residenciais. Já a Capela de Santa Luzia é marcante por ter uma escala mais próxima à escala humana, bem pequena. Do século 18, temos a igreja de São Gonçalo e o convento São Francisco que, embora tenha sido alterado ao longo do tempo, é do período colonial. Todas essas têm seu valor reconhecido pelas diversas instâncias de governo”, cita. Mudanças nas construções Com a chegada do período republicano e do século 20, algumas edificações da Cidade Alta acabaram sendo demolidas ou ainda ganharam outros usos diferentes daqueles para os quais haviam sido inicialmente projetadas. De acordo com Anna Karine, isso se deu porque os governantes das cidades brasileiras, de uma maneira geral, buscaram alterar a fisionomia colonial da cidade. “Era algo que eles entendiam como sendo uma cara de atraso. Tudo que remetia ao período colonial ganhou esse estigma porque a república deveria significar o progresso, uma nova era. Isso se refletiu também na arquitetura e no urbanismo, com o que chamamos de ecletização da arquitetura”, explica. Nesse processo, muitas edificações que eram coloniais, marcadas pela simplicidade e ausência de adornos e enfeites, passam a recebê-los, como características ecléticas. Um exemplo disso é o Palácio Anchieta: uma edificação colonial que foi “enfeitada”. “Ela sofreu uma maquiagem, digamos assim. As torres, por exemplo, foram removidas. Esse processo fez com que ela saísse da simplicidade colonial para a monumentalidade do ecletismo. A arquitetura reflete esse desejo da modernidade”, destaca Anna Karine. Outra construção que passou por um processo parecido foi o atual Palácio Sônia Cabral que antes era a sede da Assembleia Legislativa. O local era a Igreja da Misericórdia, que foi demolida no governo Jerônimo Monteiro, para poder receber os deputados estaduais. O mesmo aconteceu com a Igreja Matriz, também de estilo colonial, demolida para dar lugar à Catedral Metropolitana, de estilo neogótico. A antiga sede da Câmara de Vitória também acabou indo ao chão, porém bem mais tarde, no começo da ditadura militar, como relembra o historiador Estilaque Ferreira. A visão sobre a construção colonial representar o atraso era a mesma de anos antes no início da república: “Perto da época da demolição, o prédio era depreciado pelas pessoas. Chamavam de pardieiro, mas na verdade era um símbolo de Vitória. Para se ter ideia, séculos antes, ele era de fato o centro de poder. O Colégio de São Tiago, hoje associado ao poder como sede do Governo, era uma região considerada de periferia”, comenta Estilaque. Expansão Por conta de a então capitania e depois província ter recebido investimentos muito lentamente, além de pouca imigração, o crescimento da Vila também se deu de forma bem lenta. Segundo o historiador, com o crescimento do comércio e a intensificação de atividades ligadas ao mar na Vila é que ela vai “escorregando” para baixo. Daí foram se formando novas “trilhas” que conduziam aos cais da Capital. “Se você estivesse no pelourinho e quisesse descer para ir ao Cais Grande deveria pegar uma trilha, que depois virou a Ladeira do Pelourinho e hoje é a escadaria Maria Ortiz. Ao pé da ladeira temos aquela região que deu origem a uma rua, que hoje se chama Duque de Caxias, que antigamente era a Rua da Praia, porque dava para o mar”, exemplifica. Em torno do cais, formou-se uma praça que hoje conhecemos como Praça Oito. Lá em frente havia uma grande construção, o chamado edifício da alfândega. Daí a praça ter sido conhecida por muito tempo como a Praça da Alfândega. A atual Jerônimo Monteiro era a chamada de Rua da Alfândega. Além do Cais Grande, havia um cais perto da atual rua General Osório, chamado Cais dos Padres, por lá, cresceu o comércio da vila, dando origem à atual Florentino Avidos, conhecida então como Rua do Comércio. “O comércio vai então se esparramando para a cidade baixa por um motivo muito simples: os cais. A vila é uma vila marítima. O contato principal com os outros locais se dava pelo mar por isso o comércio cresceu perto desses cais. Além desses, havia um outro chamado Cais da Coluna que foi reformado quando D. Pedro II veio aqui, então ganhou o nome de Cais do Imperador, perto da escadaria Bárbara Lindenberg”, conta. Novas ruas No século 20, algumas ruas começaram a ganhar ligações diretas. Por exemplo, não havia uma ligação direta entre a Florentino Avidos e a Jerônimo Monteiro - as antigas ruas do Comércio e da Alfândega, respectivamente. A própria rua da Alfândega era muito mais estreita e tortuosa, segundo Estilaque, indo até o Largo da Conceição, atualmente, Praça Costa Pereira. “Havia muitas construções e ruas pequenas dentro do que é hoje a praça. Elas foram sendo derrubadas e formando a Costa Pereira. Depois dela, havia a rua dos Pescadores, que virou Rua da Capixaba, hoje parte da Jerônimo Monteiro, que na década de 30 foi interligada à então rua da Aflândega. Era uma rua que dava para o mar”, explica. Outra região que é fruto dessa expansão é a região do Parque Moscoso, que foi concluída em 1912, com a ocupação e inauguração do Parque e do bairro. Foi na década de 1950, com o governador Jones dos Santos Neves, que foram feitos aterros na região, especialmente da parte interna da então Rua da Capixaba para o mar. Hoje, o local é conhecido como Av. Princesa Isabel. Ali se formaria a região mais moderna do Centro da Capital, que começaria a se verticalizar nessa mesma década. Também já estava aberta a Avenida Vitória, partindo da região do Forte São João, para ajudar a reforçar o povoamento na região da Praia do Suá. Anna Karine destaca que a demora na expansão da cidade está diretamente ligada à economia: “Foram muitos anos para fazer esses aterros porque o Estado tinha poucos recursos e, em geral, os governadores não tinham mandato de quatro anos. Durante todo o ciclo do ouro o Estado pouco se desenvolveu, o que fez com que a nossa economia mirrasse, gerando essas consequências”, destaca. Um lado positivo disso, porém, é que, segundo a coordenadora, esse “atraso” protegeu a região de ter seu traçado original desconfigurado. “Isso é muito raro em cidades da mesma idade de Vitória. Outras sofreram muito mais modificações”, ressalta Anna Karine. Preservação Preservação Atualmente, a região do Centro possui cerca de 90% das edificações tombadas do município. Anna Karine destaca que a Prefeitura de Vitória faz um trabalho de conscientização e fiscalização com esses proprietários, já que os imóveis históricos, quando preservados, têm direito à isenção do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). “Monitoramos o estado de conservação desses imóveis. É o que fazemos no período de agosto a novembro: o monitoramento de imóveis de interesse de preservação. Se eles atingem os critérios, podem ter desconto de 50% e até a isenção total do imposto. A ideia é incentivar que os imóveis sejam mantidos em bom estado”, explica. Caso haja problemas com a edificação, o proprietário pode ser notificado a fazer o restauro. A prefeitura, por sua vez, já está desenvolvendo os projetos de restauro da Biblioteca Municipal, no Casarão dos Cerqueira Lima, além do viaduto Caramuru. Com os projetos concluídos, inicia-se a captação de recursos para execução das obras. Nos últimos anos, foi restaurada a Escadaria Maria Ortiz, em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Outras escadarias vão passar por intervenções em breve, com recursos captados pela prefeitura: a São Diogo, na altura da Praça Costa Pereira, e a Carlos Messina, na altura do Parque Moscoso.Vitória - ESAmigo cliente, Quero apresentar-lhe, um excelente imóvel de 3 quartos com armários e piso em tacos de madeira, 4 banheiro, sala para dois ambientes com piso em tacos de madeira, amplo, bem arejado e ótima iluminação natural, cozinha com armários e área de serviço com piso cerâmica, necessitando de reforma, sobrado, somente o segundo pavimento com o terraço e 1 vaga de garagem, excelente opção para quem quer disfrutar da praticidade e tranquilidade de morar no Centro da Capital. Localizado no Centro de Vitória, próximo a Caixa Econômica Federal, Parque Moscoso, Supermercado Epa, Parque Moscoso, Farmácia Drogasil, Farmácia Santa Lúcia, Banco Banestes, Banco Itaú, Caixa Econômica Federal, Padaria Expressa, Casa de Bamba, Rua Sete de Setembro. DOCUMENTAÇÃO IPTU, Escritura e Registro. Liberado para financiamento. Observação: Todas as informações foram prestadas pelo proprietário do imóvel. Chaves com o proprietário. Contato: (27) 9.9838-0992/9.9745-0691 Centro de Vitória: foi lá que tudo começou, mais precisamente na Cidade Alta. E o alto não foi por acaso: era estratégico para que os portugueses conseguissem se defender e, por consequência, a nova vila, de possíveis invasões. E como quase toda ocupação do período colonial, nossa Capital também foi construída ao redor de uma igreja, a Capela de Santa Luzia, hoje ainda de pé. A “descida” em direção ao mar é algo bem mais recente, dos séculos 19 e 20. O historiador Estilaque Ferreira dos Santos destaca que a região ainda preserva o desenho colonial que ganhou forma desde a ocupação portuguesa, com suas escadarias e largura de ruas. “O traçado fundamental de Vitória é do século 16. Ele por si só é uma relíquia. A maior parte das construções desapareceu, o tempo consumiu, mas o traçado ficou. O Centro histórico preserva esse traço, de uma cidade antiga, colonial de origem remota. As ruas tortuosas são de uma cidade colonial portuguesa típica. O historiador Sérgio Buarque de Hollanda lembrava que os portugueses iam construindo ruas tortuosas. E eles eram bem práticos”, conta. A antiga Igreja Matriz, com estilo colonial, foi demolida no século XX para dar lugar à Catedral Metropolitana, de estilo neogótico — Foto: Diego Alves A coordenadora de Revitalização Urbana da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec), Anna Karine de Queiroz Costa Belliini, ressalta que a Cidade Alta também tinha todas as características buscadas pelos portugueses para fundar uma vila no período colonial. “São características de defesa: de estar em uma região alta e próxima a um curso d’água, que no caso é a Baía de Vitória. Essa localização é estratégica para fundar uma cidade de posse e de defesa. O mar servia também para escoar a riqueza”, destaca. O primeiro triângulo Durante um bom tempo, completa Estilaque, nossa Vila cresceu basicamente em torno de um triângulo. Seus vértices eram a Capela de Santa Luzia, o Colégio de São Tiago - hoje Palácio Anchieta - e a Igreja Matriz, hoje Catedral. A Capela como primeira construção foi feita por Duarte Lemos (que recebeu a Ilha de Vasco Fernandes Coutinho) ao lado da própria casa, que hoje não existe mais. A partir desse triângulo, foram se desenvolvendo “trilhas”, que são nada mais do que as primeiras ruas de Vitória. “Foi em torno desse triângulo que, no século 16, José de Anchieta noticiou que Vitória tinha uma espécie de cerca. Era um triângulo construído basicamente com um objetivo de defesa militar, já que os ataques poderiam vir pelo mar. Ali se tinha uma posição de defesa melhor do que em qualquer outro lugar. É essa posição que explica o sucesso de Vitória e o sucesso do Espírito Santo”, destaca o historiador. Dentro desse triângulo é que foram se estabelecendo as casas, o comércio e as edificações locais. Outra construção importante que estava nessa região era a Câmara Municipal, junto com a ela, destaca Estilaque, estavam a cadeia e o pelourinho. Outra curiosidade é que o Palácio Anchieta não tinha a sua fachada voltada para o mar, como é hoje, mas sim para a Praça. “A fachada era voltada para a praça, que tinha uma importância muito grande nesse traçado. Os jesuítas atuavam no sentido de conduzir o território. As igrejas deles sempre eram construções muito importantes”, complementa Anna Karine. Para Anna Karine, a Cidade Alta demonstra um reflexo da revolução arquitetônica e urbana da cidade. Na região há edificações do período colonial, do início do período republicano e até outras mais atuais. “Há duas casinhas, por exemplo, que ficam atrás da Catedral. Elas são construções civis, do período colonial. Uma delas é a sede do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Elas eram residenciais. Já a Capela de Santa Luzia é marcante por ter uma escala mais próxima à escala humana, bem pequena. Do século 18, temos a igreja de São Gonçalo e o convento São Francisco que, embora tenha sido alterado ao longo do tempo, é do período colonial. Todas essas têm seu valor reconhecido pelas diversas instâncias de governo”, cita. Mudanças nas construções Com a chegada do período republicano e do século 20, algumas edificações da Cidade Alta acabaram sendo demolidas ou ainda ganharam outros usos diferentes daqueles para os quais haviam sido inicialmente projetadas. De acordo com Anna Karine, isso se deu porque os governantes das cidades brasileiras, de uma maneira geral, buscaram alterar a fisionomia colonial da cidade. “Era algo que eles entendiam como sendo uma cara de atraso. Tudo que remetia ao período colonial ganhou esse estigma porque a república deveria significar o progresso, uma nova era. Isso se refletiu também na arquitetura e no urbanismo, com o que chamamos de ecletização da arquitetura”, explica. Nesse processo, muitas edificações que eram coloniais, marcadas pela simplicidade e ausência de adornos e enfeites, passam a recebê-los, como características ecléticas. Um exemplo disso é o Palácio Anchieta: uma edificação colonial que foi “enfeitada”. “Ela sofreu uma maquiagem, digamos assim. As torres, por exemplo, foram removidas. Esse processo fez com que ela saísse da simplicidade colonial para a monumentalidade do ecletismo. A arquitetura reflete esse desejo da modernidade”, destaca Anna Karine. Outra construção que passou por um processo parecido foi o atual Palácio Sônia Cabral que antes era a sede da Assembleia Legislativa. O local era a Igreja da Misericórdia, que foi demolida no governo Jerônimo Monteiro, para poder receber os deputados estaduais. O mesmo aconteceu com a Igreja Matriz, também de estilo colonial, demolida para dar lugar à Catedral Metropolitana, de estilo neogótico. A antiga sede da Câmara de Vitória também acabou indo ao chão, porém bem mais tarde, no começo da ditadura militar, como relembra o historiador Estilaque Ferreira. A visão sobre a construção colonial representar o atraso era a mesma de anos antes no início da república: “Perto da época da demolição, o prédio era depreciado pelas pessoas. Chamavam de pardieiro, mas na verdade era um símbolo de Vitória. Para se ter ideia, séculos antes, ele era de fato o centro de poder. O Colégio de São Tiago, hoje associado ao poder como sede do Governo, era uma região considerada de periferia”, comenta Estilaque. Expansão Por conta de a então capitania e depois província ter recebido investimentos muito lentamente, além de pouca imigração, o crescimento da Vila também se deu de forma bem lenta. Segundo o historiador, com o crescimento do comércio e a intensificação de atividades ligadas ao mar na Vila é que ela vai “escorregando” para baixo. Daí foram se formando novas “trilhas” que conduziam aos cais da Capital. “Se você estivesse no pelourinho e quisesse descer para ir ao Cais Grande deveria pegar uma trilha, que depois virou a Ladeira do Pelourinho e hoje é a escadaria Maria Ortiz. Ao pé da ladeira temos aquela região que deu origem a uma rua, que hoje se chama Duque de Caxias, que antigamente era a Rua da Praia, porque dava para o mar”, exemplifica. Em torno do cais, formou-se uma praça que hoje conhecemos como Praça Oito. Lá em frente havia uma grande construção, o chamado edifício da alfândega. Daí a praça ter sido conhecida por muito tempo como a Praça da Alfândega. A atual Jerônimo Monteiro era a chamada de Rua da Alfândega. Além do Cais Grande, havia um cais perto da atual rua General Osório, chamado Cais dos Padres, por lá, cresceu o comércio da vila, dando origem à atual Florentino Avidos, conhecida então como Rua do Comércio. “O comércio vai então se esparramando para a cidade baixa por um motivo muito simples: os cais. A vila é uma vila marítima. O contato principal com os outros locais se dava pelo mar por isso o comércio cresceu perto desses cais. Além desses, havia um outro chamado Cais da Coluna que foi reformado quando D. Pedro II veio aqui, então ganhou o nome de Cais do Imperador, perto da escadaria Bárbara Lindenberg”, conta. Novas ruas No século 20, algumas ruas começaram a ganhar ligações diretas. Por exemplo, não havia uma ligação direta entre a Florentino Avidos e a Jerônimo Monteiro - as antigas ruas do Comércio e da Alfândega, respectivamente. A própria rua da Alfândega era muito mais estreita e tortuosa, segundo Estilaque, indo até o Largo da Conceição, atualmente, Praça Costa Pereira. “Havia muitas construções e ruas pequenas dentro do que é hoje a praça. Elas foram sendo derrubadas e formando a Costa Pereira. Depois dela, havia a rua dos Pescadores, que virou Rua da Capixaba, hoje parte da Jerônimo Monteiro, que na década de 30 foi interligada à então rua da Aflândega. Era uma rua que dava para o mar”, explica. Outra região que é fruto dessa expansão é a região do Parque Moscoso, que foi concluída em 1912, com a ocupação e inauguração do Parque e do bairro. Foi na década de 1950, com o governador Jones dos Santos Neves, que foram feitos aterros na região, especialmente da parte interna da então Rua da Capixaba para o mar. Hoje, o local é conhecido como Av. Princesa Isabel. Ali se formaria a região mais moderna do Centro da Capital, que começaria a se verticalizar nessa mesma década. Também já estava aberta a Avenida Vitória, partindo da região do Forte São João, para ajudar a reforçar o povoamento na região da Praia do Suá. Anna Karine destaca que a demora na expansão da cidade está diretamente ligada à economia: “Foram muitos anos para fazer esses aterros porque o Estado tinha poucos recursos e, em geral, os governadores não tinham mandato de quatro anos. Durante todo o ciclo do ouro o Estado pouco se desenvolveu, o que fez com que a nossa economia mirrasse, gerando essas consequências”, destaca. Um lado positivo disso, porém, é que, segundo a coordenadora, esse “atraso” protegeu a região de ter seu traçado original desconfigurado. “Isso é muito raro em cidades da mesma idade de Vitória. Outras sofreram muito mais modificações”, ressalta Anna Karine. Preservação Preservação Atualmente, a região do Centro possui cerca de 90% das edificações tombadas do município. Anna Karine destaca que a Prefeitura de Vitória faz um trabalho de conscientização e fiscalização com esses proprietários, já que os imóveis históricos, quando preservados, têm direito à isenção do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). “Monitoramos o estado de conservação desses imóveis. É o que fazemos no período de agosto a novembro: o monitoramento de imóveis de interesse de preservação. Se eles atingem os critérios, podem ter desconto de 50% e até a isenção total do imposto. A ideia é incentivar que os imóveis sejam mantidos em bom estado”, explica. Caso haja problemas com a edificação, o proprietário pode ser notificado a fazer o restauro. A prefeitura, por sua vez, já está desenvolvendo os projetos de restauro da Biblioteca Municipal, no Casarão dos Cerqueira Lima, além do viaduto Caramuru. Com os projetos concluídos, inicia-se a captação de recursos para execução das obras. Nos últimos anos, foi restaurada a Escadaria Maria Ortiz, em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Outras escadarias vão passar por intervenções em breve, com recursos captados pela prefeitura: a São Diogo, na altura da Praça Costa Pereira, e a Carlos Messina, na altura do Parque Moscoso.
Rua Sete de Setembro, 362, 552 - CentroVenha conhecer essa casa duplex enorme e aconchegante localizada no Centro de Vitória, composta por, no pavimento superior: 4 quartos sendo 1 suíte, banheiro social (com lavabo independente), 1 salinha de estar, 1 varanda, Pavimento Térreo: 1 varanda externa, Sala com dois ambientes e pequeno escritório, Cozinha e copa integradas, Banheiro social com lavabo independente, Dispensa com prateleiras e porta, área de serviço com bancada em alvenaria, 2 tanques e torneiras funcionais. Quintal cimentado, com um banheiro, uma pedra e uma árvore (metade com cobertura), Sistema de calha e drenagem da chuva em perfeito funcionamento. Pequeno tanque e torneira na área externa e coberta do quintal. Localizado na Rua Sete de Setembro, a Praça Costa Pereira, Vix Comed Club, ao Supermercado Schowambarch, Farmácia Santa Lúcia, ao Banco Sicoob, Padaria Expressa, Teatro Carlos Gomes, Teatro Sesc Glória, Praça Ubaldo Ramalhete, e as feiras livres aos sábados. Excelente opção para quem quer disfrutar da praticidade e tranquilidade de morar no Centro da Capital. Toda a documentação encontra-se apta ao financiamento e o proprietário aceita proposta incluindo automóvel de menor valor. Agende uma visita e venha conhecer esse excelente imóvel! (27) 99838-0992 O Centro de Vitória e um bairro histórico e turístico da Zona Central de Vitória e teve seu processo de ocupação no local conhecido, hoje, como Cidade Alta.[1] A concentração populacional foi motivada com a chegada dos jesuítas, especialmente a do Padre Jesuíta Afonso Brás, responsável pelo povoamento da colônia. Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória. Arquitetura O desenho arquitetônico do Centro de Vitória foi construído de acordo com as necessidades de defesa. As freqüentes tentativas de invasão pelos franceses, ingleses e holandeses levaram o Conde de Sabugosa, em 1726, a decidir pelo fortalecimento do centro da cidade. Com isto o Forte de São João foi ampliado, foi construído o forte São Diogo, situado ao lado de onde hoje se localiza a Escadaria São Diogo, que dá acesso a Praça Costa Pereira e Cidade Alta, o Fortim de Nossa Senhora do Monte do Carmo, entre o Cais Grande e o Cais do Santíssimo, foi melhorado e recebeu a casa de pólvora. O quarto forte construído foi o de Santo Inácio, conhecido como São Maurício, na quadra de confluência da Rua General Osório com a Nestor Gomes. O Centro de Vitória e um bairro histórico e turístico da Zona Central de Vitória e teve seu processo de ocupação no local conhecido, hoje, como Cidade Alta.[1] A concentração populacional foi motivada com a chegada dos jesuítas, especialmente a do Padre Jesuíta Afonso Brás, responsável pelo povoamento da colônia. Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória. Arquitetura O desenho arquitetônico do Centro de Vitória foi construído de acordo com as necessidades de defesa. As freqüentes tentativas de invasão pelos franceses, ingleses e holandeses levaram o Conde de Sabugosa, em 1726, a decidir pelo fortalecimento do centro da cidade. Com isto o Forte de São João foi ampliado, foi construído o forte São Diogo, situado ao lado de onde hoje se localiza a Escadaria São Diogo, que dá acesso a Praça Costa Pereira e Cidade Alta, o Fortim de Nossa Senhora do Monte do Carmo, entre o Cais Grande e o Cais do Santíssimo, foi melhorado e recebeu a casa de pólvora. O quarto forte construído foi o de Santo Inácio, conhecido como São Maurício, na quadra de confluência da Rua General Osório com a Nestor Gomes. Centro histórico de Vitória. História O Centro de Vitória surgiu no trecho conhecido hoje como Cidade Alta, na área que compreendia a parte onde se instalou o centro administrativo do Estado e o morro onde se localiza o Convento de São Francisco, colonizado por portugueses a partir do ano de 1550. Posteriormente, a ocupação se espalhou pela baixada dividindo-se em parte alta e baixa. Na década de 1920, com o crescimento populacional, houve a necessidade de expansão, foi quando começaram os aterros aos mangues que circundavam a Cidade Alta. A partir de então a população passou a ocupar novas áreas para moradia. Instituto dos Advogados de Vitória. Do lado oeste, onde havia o mangue do Campinho, nascera o Parque Moscoso, para onde se dirigiram as famílias mais bem sucedidas; para a Vila Rubim se dirigiram os portuários; em direção à rua Sete de Setembro, os funcionários públicos. Para alojar parte desses últimos, o Estado construiu um conjunto de casas na rua Gama Rosa. Do lado leste, onde hoje é a Praça Costa Pereira, ficava a Prainha onde o mar batia nas rochas do forte São Diogo e no Porto das Lanchas. Influência dos Governos A construção do Colégio de Santiago, iniciada em 1551 juntamente com a Igreja São Tiago foram iniciativas dos padres jesuítas. Com a expulsão desses em 1759 o colégio imediatamente se transforma no palácio de governo, assim sendo até hoje (Palácio Anchieta). A Cidade Alta original, formada por casarios, foi destruída aos poucos, no período entre 1908 a 1912, durante o Governo de Jerônimo Monteiro. Esse governo trouxe algumas mudanças progressistas para Vitória, mas também foi responsável pela destruição de alguns patrimônios históricos, entre os quais, a completa descaracterização do antigo Colégio dos jesuítas e da imponente Igreja São Tiago, que foi desapropriada e integrada à dependências palacianas. Na visão governamental eram construções muito simples, não condizendo com a fase progressista que a capital então atravessava. Porém, Muito antes, já acontecia em Vitória a derrubada de alguns edifícios históricos, como a da capela de Nossa Senhora da Conceição da Prainha por volta de 1894 para construção do teatro Melpômene, inaugurado em 1896 com 1200 lugares. No governo de Jerônimo Monteiro a Igreja de Misericórdia, de 1606, foi destruída para a construção do prédio da Assembléia Legislativa, inaugurado em 1912. O governo seguinte, de Bernadino Monteiro, deu continuidade às obras urbanísticas e ajudou no florescimento intelectual da cidade, embora também protagonizasse demolições de importantes construções históricas, como a antiga catedral, do século XVI, para ceder espaço à nova catedral, iniciada em 1920 (e concluída em 1970). Essa expansão durou até o governo de Nestor Gomes que promoveu algumas demolições na Cidade Alta, Praça Costa Pereira, Avenida Jerônimo Monteiro e Zona da Capixaba. A Cidade Alta, especialmente no trecho que compreende o antigo mosteiro de São Francisco, tendeu a manter-se residencial e ficou por muitas décadas sem opção de transporte coletivo. Na década de 1920 foi construído o viaduto Caramuru para melhorar o sistema de transporte feito por bondes. Somente no primeiro trimestre de 1999, a população passou a ser servida por transporte coletivo, quando a Prefeitura de Vitória criou o transporte complementar, realizado por microônibus. O comércio preferiu expandir-se pela baixada da cidade, onde a oferta de serviços coletivos já estava presente. Outro ponto que merece destaque diz respeito à participação da população negra que em 1790 construiu a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. O contingente populacional de negros, nesse período, era de aproximadamente 4.898, representando 68% da população. A Catedral Metropolitana de Vitória foi construída no lugar da Matriz de Nossa Senhora da Vitória, demolida por ato de Dom Benedito Paulo Alves de Souza. A Rua da Alfândega foi ampliada e passou a ser denominada Av. Jerônimo Monteiro.Vitória - ESVenha conhecer essa casa duplex enorme e aconchegante localizada no Centro de Vitória, composta por, no pavimento superior: 4 quartos sendo 1 suíte, banheiro social (com lavabo independente), 1 salinha de estar, 1 varanda, Pavimento Térreo: 1 varanda externa, Sala com dois ambientes e pequeno escritório, Cozinha e copa integradas, Banheiro social com lavabo independente, Dispensa com prateleiras e porta, área de serviço com bancada em alvenaria, 2 tanques e torneiras funcionais. Quintal cimentado, com um banheiro, uma pedra e uma árvore (metade com cobertura), Sistema de calha e drenagem da chuva em perfeito funcionamento. Pequeno tanque e torneira na área externa e coberta do quintal. Localizado na Rua Sete de Setembro, a Praça Costa Pereira, Vix Comed Club, ao Supermercado Schowambarch, Farmácia Santa Lúcia, ao Banco Sicoob, Padaria Expressa, Teatro Carlos Gomes, Teatro Sesc Glória, Praça Ubaldo Ramalhete, e as feiras livres aos sábados. Excelente opção para quem quer disfrutar da praticidade e tranquilidade de morar no Centro da Capital. Toda a documentação encontra-se apta ao financiamento e o proprietário aceita proposta incluindo automóvel de menor valor. Agende uma visita e venha conhecer esse excelente imóvel! (27) 99838-0992 O Centro de Vitória e um bairro histórico e turístico da Zona Central de Vitória e teve seu processo de ocupação no local conhecido, hoje, como Cidade Alta.[1] A concentração populacional foi motivada com a chegada dos jesuítas, especialmente a do Padre Jesuíta Afonso Brás, responsável pelo povoamento da colônia. Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória. Arquitetura O desenho arquitetônico do Centro de Vitória foi construído de acordo com as necessidades de defesa. As freqüentes tentativas de invasão pelos franceses, ingleses e holandeses levaram o Conde de Sabugosa, em 1726, a decidir pelo fortalecimento do centro da cidade. Com isto o Forte de São João foi ampliado, foi construído o forte São Diogo, situado ao lado de onde hoje se localiza a Escadaria São Diogo, que dá acesso a Praça Costa Pereira e Cidade Alta, o Fortim de Nossa Senhora do Monte do Carmo, entre o Cais Grande e o Cais do Santíssimo, foi melhorado e recebeu a casa de pólvora. O quarto forte construído foi o de Santo Inácio, conhecido como São Maurício, na quadra de confluência da Rua General Osório com a Nestor Gomes. O Centro de Vitória e um bairro histórico e turístico da Zona Central de Vitória e teve seu processo de ocupação no local conhecido, hoje, como Cidade Alta.[1] A concentração populacional foi motivada com a chegada dos jesuítas, especialmente a do Padre Jesuíta Afonso Brás, responsável pelo povoamento da colônia. Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória. Arquitetura O desenho arquitetônico do Centro de Vitória foi construído de acordo com as necessidades de defesa. As freqüentes tentativas de invasão pelos franceses, ingleses e holandeses levaram o Conde de Sabugosa, em 1726, a decidir pelo fortalecimento do centro da cidade. Com isto o Forte de São João foi ampliado, foi construído o forte São Diogo, situado ao lado de onde hoje se localiza a Escadaria São Diogo, que dá acesso a Praça Costa Pereira e Cidade Alta, o Fortim de Nossa Senhora do Monte do Carmo, entre o Cais Grande e o Cais do Santíssimo, foi melhorado e recebeu a casa de pólvora. O quarto forte construído foi o de Santo Inácio, conhecido como São Maurício, na quadra de confluência da Rua General Osório com a Nestor Gomes. Centro histórico de Vitória. História O Centro de Vitória surgiu no trecho conhecido hoje como Cidade Alta, na área que compreendia a parte onde se instalou o centro administrativo do Estado e o morro onde se localiza o Convento de São Francisco, colonizado por portugueses a partir do ano de 1550. Posteriormente, a ocupação se espalhou pela baixada dividindo-se em parte alta e baixa. Na década de 1920, com o crescimento populacional, houve a necessidade de expansão, foi quando começaram os aterros aos mangues que circundavam a Cidade Alta. A partir de então a população passou a ocupar novas áreas para moradia. Instituto dos Advogados de Vitória. Do lado oeste, onde havia o mangue do Campinho, nascera o Parque Moscoso, para onde se dirigiram as famílias mais bem sucedidas; para a Vila Rubim se dirigiram os portuários; em direção à rua Sete de Setembro, os funcionários públicos. Para alojar parte desses últimos, o Estado construiu um conjunto de casas na rua Gama Rosa. Do lado leste, onde hoje é a Praça Costa Pereira, ficava a Prainha onde o mar batia nas rochas do forte São Diogo e no Porto das Lanchas. Influência dos Governos A construção do Colégio de Santiago, iniciada em 1551 juntamente com a Igreja São Tiago foram iniciativas dos padres jesuítas. Com a expulsão desses em 1759 o colégio imediatamente se transforma no palácio de governo, assim sendo até hoje (Palácio Anchieta). A Cidade Alta original, formada por casarios, foi destruída aos poucos, no período entre 1908 a 1912, durante o Governo de Jerônimo Monteiro. Esse governo trouxe algumas mudanças progressistas para Vitória, mas também foi responsável pela destruição de alguns patrimônios históricos, entre os quais, a completa descaracterização do antigo Colégio dos jesuítas e da imponente Igreja São Tiago, que foi desapropriada e integrada à dependências palacianas. Na visão governamental eram construções muito simples, não condizendo com a fase progressista que a capital então atravessava. Porém, Muito antes, já acontecia em Vitória a derrubada de alguns edifícios históricos, como a da capela de Nossa Senhora da Conceição da Prainha por volta de 1894 para construção do teatro Melpômene, inaugurado em 1896 com 1200 lugares. No governo de Jerônimo Monteiro a Igreja de Misericórdia, de 1606, foi destruída para a construção do prédio da Assembléia Legislativa, inaugurado em 1912. O governo seguinte, de Bernadino Monteiro, deu continuidade às obras urbanísticas e ajudou no florescimento intelectual da cidade, embora também protagonizasse demolições de importantes construções históricas, como a antiga catedral, do século XVI, para ceder espaço à nova catedral, iniciada em 1920 (e concluída em 1970). Essa expansão durou até o governo de Nestor Gomes que promoveu algumas demolições na Cidade Alta, Praça Costa Pereira, Avenida Jerônimo Monteiro e Zona da Capixaba. A Cidade Alta, especialmente no trecho que compreende o antigo mosteiro de São Francisco, tendeu a manter-se residencial e ficou por muitas décadas sem opção de transporte coletivo. Na década de 1920 foi construído o viaduto Caramuru para melhorar o sistema de transporte feito por bondes. Somente no primeiro trimestre de 1999, a população passou a ser servida por transporte coletivo, quando a Prefeitura de Vitória criou o transporte complementar, realizado por microônibus. O comércio preferiu expandir-se pela baixada da cidade, onde a oferta de serviços coletivos já estava presente. Outro ponto que merece destaque diz respeito à participação da população negra que em 1790 construiu a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. O contingente populacional de negros, nesse período, era de aproximadamente 4.898, representando 68% da população. A Catedral Metropolitana de Vitória foi construída no lugar da Matriz de Nossa Senhora da Vitória, demolida por ato de Dom Benedito Paulo Alves de Souza. A Rua da Alfândega foi ampliada e passou a ser denominada Av. Jerônimo Monteiro.
Rua Moacir Avidos, 655 - Praia do CantoVendo Casa Duplex em Praia do canto ! Casa Ideal para Clinicas, Academias ,Comercio em Geral, Moradia: Benefícios desse imovél: Bairro de alta valorização imobilária,Rua Principal e Lateral Super Valorizadas e Movimentadas: Analisamos imóvel de menor valor em Jardim da Penha e Jardim Camburi que tenha acessibilidade para deficiente ! Agende sua Visita 27 99627-6567. Características A área recebe pessoas com alto poder de consumo, cotemplando o maior número de serviços destinados às pessoas com maior renda da capital, nela encontram-se restaurantes, hotéis, lojas, cafés, ateliês, casas noturnas, dentre diversos outros tipos de estabelecimentos voltados para o público de alto padrão econômico da cidade. A Praia do Canto é atualmente um dos bairros de Vitória que apresenta melhor infra-estrutura, sendo mais desenvolvida do que a de outros locais. História O bairro originou-se de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia próximos ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. Em 1980 começou a funcionar o primeiro Shopping Center - o Centro da Praia. Dezenas de casas foram substituídas por prédios e a explosão do mercado imobiliário fez com que os antigos limites do bairro se expandissem.[1] Praças Orla da Praia do Canto, detalhando a Praça dos Namorados, o Iate Clube do Espírito Santo e a Ilha do Frade. Praça dos Namorados Localizada em frente à marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices). É uma das principais áreas de lazer da Grande Vitória. Nos finais de semana, abriga a Feira de Artesanato Artes na Praça, que oferece artesanatos e comidas típicas capixabas, além de shows musicais e artísticos. Praça dos Desejos Localizada na Praia do Canto, próxima à Praça dos Namorados e à Praia de Santa Helena, a Praça d os Desejos também é uma ótima opção de lazer ao ar livre. No local há uma pista de patinação, grande área para caminhada, playground e vários quiosques. Foi fundada pelo Padre Afonso Braz em 1986. Parque Von Schilgen O Parque Natural Municipal Von Schilgen fica em pleno coração da Praia do Canto, no Morro do Gajuru. O local conta com uma área de 71.259,27 metros quadrados e um perímetro de 1.503,63 metros. O espaço é adequado para meditação e caminhadas. O parque conta com belas paisagens, trilhas para caminhadas e contempla inúmeras espécies de árvores e refúgio de aves silvestres. A chácara na qual o parque foi instalado possui duas residências da família de Nicolau Von Schilgen, uma delas do começo do século XX. Uma das residências é hoje sede administrativa, que conta também com um pequeno auditório. A altitude até o topo do morro é de 65 metros. A vegetação nativa e do entorno desempenha importante papel no clima, na ecologia e no paisagismo para os moradores da Praia do Canto. O parque é aberto a visitação e trilhas.[2] Triângulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas compreende o trecho entre as ruas Joaquim Lírio e João da Cruz, na Praia do Canto, e recebeu dos boêmios da cidade esse nome há mais de 20 anos. A região compreende um número considerável de bares, restaurantes e casas noturnas. É um dos locais com a vida noturna mais movimentada de Vitória. Características A área recebe pessoas com alto poder de consumo, cotemplando o maior número de serviços destinados às pessoas com maior renda da capital, nela encontram-se restaurantes, hotéis, lojas, cafés, ateliês, casas noturnas, dentre diversos outros tipos de estabelecimentos voltados para o público de alto padrão econômico da cidade. A Praia do Canto é atualmente um dos bairros de Vitória que apresenta melhor infra-estrutura, sendo mais desenvolvida do que a de outros locais. História O bairro originou-se de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia próximos ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. Em 1980 começou a funcionar o primeiro Shopping Center - o Centro da Praia. Dezenas de casas foram substituídas por prédios e a explosão do mercado imobiliário fez com que os antigos limites do bairro se expandissem.[1] Praças Orla da Praia do Canto, detalhando a Praça dos Namorados, o Iate Clube do Espírito Santo e a Ilha do Frade. Praça dos Namorados Localizada em frente à marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices). É uma das principais áreas de lazer da Grande Vitória. Nos finais de semana, abriga a Feira de Artesanato Artes na Praça, que oferece artesanatos e comidas típicas capixabas, além de shows musicais e artísticos. Praça dos Desejos Localizada na Praia do Canto, próxima à Praça dos Namorados e à Praia de Santa Helena, a Praça d os Desejos também é uma ótima opção de lazer ao ar livre. No local há uma pista de patinação, grande área para caminhada, playground e vários quiosques. Foi fundada pelo Padre Afonso Braz em 1986. Parque Von Schilgen O Parque Natural Municipal Von Schilgen fica em pleno coração da Praia do Canto, no Morro do Gajuru. O local conta com uma área de 71.259,27 metros quadrados e um perímetro de 1.503,63 metros. O espaço é adequado para meditação e caminhadas. O parque conta com belas paisagens, trilhas para caminhadas e contempla inúmeras espécies de árvores e refúgio de aves silvestres. A chácara na qual o parque foi instalado possui duas residências da família de Nicolau Von Schilgen, uma delas do começo do século XX. Uma das residências é hoje sede administrativa, que conta também com um pequeno auditório. A altitude até o topo do morro é de 65 metros. A vegetação nativa e do entorno desempenha importante papel no clima, na ecologia e no paisagismo para os moradores da Praia do Canto. O parque é aberto a visitação e trilhas.[2] Triângulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas compreende o trecho entre as ruas Joaquim Lírio e João da Cruz, na Praia do Canto, e recebeu dos boêmios da cidade esse nome há mais de 20 anos. A região compreende um número considerável de bares, restaurantes e casas noturnas. É um dos locais com a vida noturna mais movimentada de Vitória. Características A área recebe pessoas com alto poder de consumo, cotemplando o maior número de serviços destinados às pessoas com maior renda da capital, nela encontram-se restaurantes, hotéis, lojas, cafés, ateliês, casas noturnas, dentre diversos outros tipos de estabelecimentos voltados para o público de alto padrão econômico da cidade. A Praia do Canto é atualmente um dos bairros de Vitória que apresenta melhor infra-estrutura, sendo mais desenvolvida do que a de outros locais. História O bairro originou-se de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia próximos ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. Em 1980 começou a funcionar o primeiro Shopping Center - o Centro da Praia. Dezenas de casas foram substituídas por prédios e a explosão do mercado imobiliário fez com que os antigos limites do bairro se expandissem.[1] Praças Orla da Praia do Canto, detalhando a Praça dos Namorados, o Iate Clube do Espírito Santo e a Ilha do Frade. Praça dos Namorados Localizada em frente à marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices). É uma das principais áreas de lazer da Grande Vitória. Nos finais de semana, abriga a Feira de Artesanato Artes na Praça, que oferece artesanatos e comidas típicas capixabas, além de shows musicais e artísticos. Praça dos Desejos Localizada na Praia do Canto, próxima à Praça dos Namorados e à Praia de Santa Helena, a Praça d os Desejos também é uma ótima opção de lazer ao ar livre. No local há uma pista de patinação, grande área para caminhada, playground e vários quiosques. Foi fundada pelo Padre Afonso Braz em 1986. Parque Von Schilgen O Parque Natural Municipal Von Schilgen fica em pleno coração da Praia do Canto, no Morro do Gajuru. O local conta com uma área de 71.259,27 metros quadrados e um perímetro de 1.503,63 metros. O espaço é adequado para meditação e caminhadas. O parque conta com belas paisagens, trilhas para caminhadas e contempla inúmeras espécies de árvores e refúgio de aves silvestres. A chácara na qual o parque foi instalado possui duas residências da família de Nicolau Von Schilgen, uma delas do começo do século XX. Uma das residências é hoje sede administrativa, que conta também com um pequeno auditório. A altitude até o topo do morro é de 65 metros. A vegetação nativa e do entorno desempenha importante papel no clima, na ecologia e no paisagismo para os moradores da Praia do Canto. O parque é aberto a visitação e trilhas.[2] Triângulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas compreende o trecho entre as ruas Joaquim Lírio e João da Cruz, na Praia do Canto, e recebeu dos boêmios da cidade esse nome há mais de 20 anos. A região compreende um número considerável de bares, restaurantes e casas noturnas. É um dos locais com a vida noturna mais movimentada de Vitória.Vitória - ESVendo Casa Duplex em Praia do canto ! Casa Ideal para Clinicas, Academias ,Comercio em Geral, Moradia: Benefícios desse imovél: Bairro de alta valorização imobilária,Rua Principal e Lateral Super Valorizadas e Movimentadas: Analisamos imóvel de menor valor em Jardim da Penha e Jardim Camburi que tenha acessibilidade para deficiente ! Agende sua Visita 27 99627-6567. Características A área recebe pessoas com alto poder de consumo, cotemplando o maior número de serviços destinados às pessoas com maior renda da capital, nela encontram-se restaurantes, hotéis, lojas, cafés, ateliês, casas noturnas, dentre diversos outros tipos de estabelecimentos voltados para o público de alto padrão econômico da cidade. A Praia do Canto é atualmente um dos bairros de Vitória que apresenta melhor infra-estrutura, sendo mais desenvolvida do que a de outros locais. História O bairro originou-se de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia próximos ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. Em 1980 começou a funcionar o primeiro Shopping Center - o Centro da Praia. Dezenas de casas foram substituídas por prédios e a explosão do mercado imobiliário fez com que os antigos limites do bairro se expandissem.[1] Praças Orla da Praia do Canto, detalhando a Praça dos Namorados, o Iate Clube do Espírito Santo e a Ilha do Frade. Praça dos Namorados Localizada em frente à marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices). É uma das principais áreas de lazer da Grande Vitória. Nos finais de semana, abriga a Feira de Artesanato Artes na Praça, que oferece artesanatos e comidas típicas capixabas, além de shows musicais e artísticos. Praça dos Desejos Localizada na Praia do Canto, próxima à Praça dos Namorados e à Praia de Santa Helena, a Praça d os Desejos também é uma ótima opção de lazer ao ar livre. No local há uma pista de patinação, grande área para caminhada, playground e vários quiosques. Foi fundada pelo Padre Afonso Braz em 1986. Parque Von Schilgen O Parque Natural Municipal Von Schilgen fica em pleno coração da Praia do Canto, no Morro do Gajuru. O local conta com uma área de 71.259,27 metros quadrados e um perímetro de 1.503,63 metros. O espaço é adequado para meditação e caminhadas. O parque conta com belas paisagens, trilhas para caminhadas e contempla inúmeras espécies de árvores e refúgio de aves silvestres. A chácara na qual o parque foi instalado possui duas residências da família de Nicolau Von Schilgen, uma delas do começo do século XX. Uma das residências é hoje sede administrativa, que conta também com um pequeno auditório. A altitude até o topo do morro é de 65 metros. A vegetação nativa e do entorno desempenha importante papel no clima, na ecologia e no paisagismo para os moradores da Praia do Canto. O parque é aberto a visitação e trilhas.[2] Triângulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas compreende o trecho entre as ruas Joaquim Lírio e João da Cruz, na Praia do Canto, e recebeu dos boêmios da cidade esse nome há mais de 20 anos. A região compreende um número considerável de bares, restaurantes e casas noturnas. É um dos locais com a vida noturna mais movimentada de Vitória. Características A área recebe pessoas com alto poder de consumo, cotemplando o maior número de serviços destinados às pessoas com maior renda da capital, nela encontram-se restaurantes, hotéis, lojas, cafés, ateliês, casas noturnas, dentre diversos outros tipos de estabelecimentos voltados para o público de alto padrão econômico da cidade. A Praia do Canto é atualmente um dos bairros de Vitória que apresenta melhor infra-estrutura, sendo mais desenvolvida do que a de outros locais. História O bairro originou-se de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia próximos ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. Em 1980 começou a funcionar o primeiro Shopping Center - o Centro da Praia. Dezenas de casas foram substituídas por prédios e a explosão do mercado imobiliário fez com que os antigos limites do bairro se expandissem.[1] Praças Orla da Praia do Canto, detalhando a Praça dos Namorados, o Iate Clube do Espírito Santo e a Ilha do Frade. Praça dos Namorados Localizada em frente à marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices). É uma das principais áreas de lazer da Grande Vitória. Nos finais de semana, abriga a Feira de Artesanato Artes na Praça, que oferece artesanatos e comidas típicas capixabas, além de shows musicais e artísticos. Praça dos Desejos Localizada na Praia do Canto, próxima à Praça dos Namorados e à Praia de Santa Helena, a Praça d os Desejos também é uma ótima opção de lazer ao ar livre. No local há uma pista de patinação, grande área para caminhada, playground e vários quiosques. Foi fundada pelo Padre Afonso Braz em 1986. Parque Von Schilgen O Parque Natural Municipal Von Schilgen fica em pleno coração da Praia do Canto, no Morro do Gajuru. O local conta com uma área de 71.259,27 metros quadrados e um perímetro de 1.503,63 metros. O espaço é adequado para meditação e caminhadas. O parque conta com belas paisagens, trilhas para caminhadas e contempla inúmeras espécies de árvores e refúgio de aves silvestres. A chácara na qual o parque foi instalado possui duas residências da família de Nicolau Von Schilgen, uma delas do começo do século XX. Uma das residências é hoje sede administrativa, que conta também com um pequeno auditório. A altitude até o topo do morro é de 65 metros. A vegetação nativa e do entorno desempenha importante papel no clima, na ecologia e no paisagismo para os moradores da Praia do Canto. O parque é aberto a visitação e trilhas.[2] Triângulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas compreende o trecho entre as ruas Joaquim Lírio e João da Cruz, na Praia do Canto, e recebeu dos boêmios da cidade esse nome há mais de 20 anos. A região compreende um número considerável de bares, restaurantes e casas noturnas. É um dos locais com a vida noturna mais movimentada de Vitória. Características A área recebe pessoas com alto poder de consumo, cotemplando o maior número de serviços destinados às pessoas com maior renda da capital, nela encontram-se restaurantes, hotéis, lojas, cafés, ateliês, casas noturnas, dentre diversos outros tipos de estabelecimentos voltados para o público de alto padrão econômico da cidade. A Praia do Canto é atualmente um dos bairros de Vitória que apresenta melhor infra-estrutura, sendo mais desenvolvida do que a de outros locais. História O bairro originou-se de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia próximos ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. Em 1980 começou a funcionar o primeiro Shopping Center - o Centro da Praia. Dezenas de casas foram substituídas por prédios e a explosão do mercado imobiliário fez com que os antigos limites do bairro se expandissem.[1] Praças Orla da Praia do Canto, detalhando a Praça dos Namorados, o Iate Clube do Espírito Santo e a Ilha do Frade. Praça dos Namorados Localizada em frente à marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices). É uma das principais áreas de lazer da Grande Vitória. Nos finais de semana, abriga a Feira de Artesanato Artes na Praça, que oferece artesanatos e comidas típicas capixabas, além de shows musicais e artísticos. Praça dos Desejos Localizada na Praia do Canto, próxima à Praça dos Namorados e à Praia de Santa Helena, a Praça d os Desejos também é uma ótima opção de lazer ao ar livre. No local há uma pista de patinação, grande área para caminhada, playground e vários quiosques. Foi fundada pelo Padre Afonso Braz em 1986. Parque Von Schilgen O Parque Natural Municipal Von Schilgen fica em pleno coração da Praia do Canto, no Morro do Gajuru. O local conta com uma área de 71.259,27 metros quadrados e um perímetro de 1.503,63 metros. O espaço é adequado para meditação e caminhadas. O parque conta com belas paisagens, trilhas para caminhadas e contempla inúmeras espécies de árvores e refúgio de aves silvestres. A chácara na qual o parque foi instalado possui duas residências da família de Nicolau Von Schilgen, uma delas do começo do século XX. Uma das residências é hoje sede administrativa, que conta também com um pequeno auditório. A altitude até o topo do morro é de 65 metros. A vegetação nativa e do entorno desempenha importante papel no clima, na ecologia e no paisagismo para os moradores da Praia do Canto. O parque é aberto a visitação e trilhas.[2] Triângulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas compreende o trecho entre as ruas Joaquim Lírio e João da Cruz, na Praia do Canto, e recebeu dos boêmios da cidade esse nome há mais de 20 anos. A região compreende um número considerável de bares, restaurantes e casas noturnas. É um dos locais com a vida noturna mais movimentada de Vitória.
Rua Professora Maria José de Oliveira, 58 - Maria OrtizExcelente Casa Triplex com Terraço e Quintal na Frente Em Maria Ortiz: Pavimento 1: Quintal Frente amplo,Quintal nos fundos,área de serviços,Sala de Estar, Sala de Jantar,03 quartos, sendo uma Suite,Cozinha 02 banheiros; Pavimento 2: Varanda, 01 Banheiro social, sala 02 ambientes , Cozinha, área de serviço e 3 suites. Pavimento 3: Terraço amplo com escada. Agende Sua Visita. Aceita Carro a Diesel como parte de pagamento, Pagamento Só Avista Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial comJuan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. 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Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. mais de 11 500 moradores. Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. 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Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores.Vitória - ESExcelente Casa Triplex com Terraço e Quintal na Frente Em Maria Ortiz: Pavimento 1: Quintal Frente amplo,Quintal nos fundos,área de serviços,Sala de Estar, Sala de Jantar,03 quartos, sendo uma Suite,Cozinha 02 banheiros; Pavimento 2: Varanda, 01 Banheiro social, sala 02 ambientes , Cozinha, área de serviço e 3 suites. Pavimento 3: Terraço amplo com escada. Agende Sua Visita. Aceita Carro a Diesel como parte de pagamento, Pagamento Só Avista Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial comJuan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. mais de 11 500 moradores. Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga mortal da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal, as colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o famoso capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania destacou-a em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: “Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro” Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores.
Rua Professora Doralice de Oliveira Neves, 216 - Maria OrtizQuero Morar em Maria Ortiz! Vendo Casa Duplex! Primeiro Pavimento: 2 Quartos Grandes, Sala, Corredor de Acesso, Copa Separada, Cozinha e área de serviço independente, 02 Vagas de Garagem. Segundo Pavimento : Escada de Acesso a Sala de Estar, 01 Quarto sendo Suite , Piso Porcelanato! Sol da manhã na Frente e Sol da tarde na Lateral! Agende Sua Visita : De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também! De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver . De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver tambémVitória - ESQuero Morar em Maria Ortiz! Vendo Casa Duplex! Primeiro Pavimento: 2 Quartos Grandes, Sala, Corredor de Acesso, Copa Separada, Cozinha e área de serviço independente, 02 Vagas de Garagem. Segundo Pavimento : Escada de Acesso a Sala de Estar, 01 Quarto sendo Suite , Piso Porcelanato! Sol da manhã na Frente e Sol da tarde na Lateral! Agende Sua Visita : De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também! De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver . De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também De acordo com a tradição[1], acredita-se que Juan Orty Y Ortiz e Carolina Darico chegaram à capitania do Espírito Santo, no Brasil, em 1601, numa das imigrações promovidas por Felipe II, rei da Espanha, que, à época da União Ibérica (1580-1640) , dominava Portugal e suas colônias. A filha do casal espanhol, Maria Ortiz (ou Urtiz), nasceu, dois anos depois, em 14 de setembro de 1603, na vila de Nossa Senhora da Vitória – hoje a cidade de Vitória A família residia na parte mais estreita da ladeira do Pelourinho - hoje Escadaria Maria Ortiz -, que era a via de comunicação entre as partes baixa e alta da Vila, num sobrado branco, no qual no térreo seu pai negociava com vinho e mantinha uma taberna. Na época em que a Holanda era inimiga da Espanha, que, por sua vez, dominava Portugal. As colônias portuguesas passaram a ser alvo da ânsia de domínio da Holanda em uma onda de ataques que se iniciara em Salvador (BA), em 1624. Assim, o capitão holandês Piet Pietersz Heyn (1577-1629) aportou em frente à Vitória, em março de 1625, aguardando o momento propício para o desembarque. A vila começou a se preparar para resistir ao invasor com as poucas forças que tinha. O ataque decisivo foi no dia 14 de março, através da rampa de acesso à parte alta da Vila, que era a Ladeira do Pelourinho. Maria Ortiz contava com 21 anos de idade. Na manhã do ataque, o pai de Maria, ao sair de casa e fechar a taberna para participar, como escrivão da câmara, de uma reunião de guerra convocada às pressas, recomendara cuidado à mulher e à filha. Finalmente, os invasores, após chegarem à terra, em frente à Ladeira do Pelourinho, e afugentarem a pouca resistência encontrada, lançam-se morro acima, buscando atingir o paço municipal, onde se encontravam os defensores e o seu armamento bélico, para se apossar da vila, e se estabelecer por lá. Mas, ao atingirem pouco mais da metade da empreitada, num local onde a ladeira se afunilava, justamente em frente ao sobrado de Maria Ortiz, foram surpreendidos pelos ataques da jovem, que lhes jogava água fervendo, enquanto empolgava os vizinhos a lhes jogarem paus e pedras de suas janelas. Ao mesmo tempo, Maria Ortiz, aos gritos, incitava os que se encontravam na parte alta ao prosseguimento da luta. Enquanto açulava os soldados e os populares, com um tição à mão, pôs fogo à peça de artilharia que estava próxima à sua casa, disparando contra os invasores. Os holandeses, pegos de surpresa e feridos, tiveram que retroceder, descendo a ladeira, enquanto os defensores, assim encorajados, foram-lhes ao encalço. Poucos foram os holandeses que chegaram ao navio sem nenhum tipo de ferimento, sendo que 38 deles foram mortos. A ação surpreendente deu tempo ao donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, de fortalecer as defesas da vila, organizando militares e civis para um novo confronto. Porém, os invasores derrotados, humilhados e desanimados, zarparam quase de pronto, encaminhando-se à Bahia. A ação daquela jovem corajosa fora tão decisiva que o donatário da Capitania a teria destacado em carta-relatório enviada, em junho de 1625, ao Governador Geral do Brasil, Diogo Luis de Oliveira: Na repulsa dos invasores audaciosos é de justiça destacar a atitude de uma jovem moça que, astuciosamente, retardou o acesso dos invasores à parte alta da vila, por eles visada, permitindo assim, que organizássemos com os homens e elementos de que dispúnhamos, a defesa da sede. Essa jovem se tornou para todos nós um exemplo vivo de decisão, coragem e amor à terra. A ela devemos esse valioso serviço, sem o qual a nossa tarefa seria muito mais difícil e penosa. O seu entusiasmo decidido fez vibrar o dos próprios soldados, paisanos e populares na defesa e perseguição do invasor audaz e traiçoeiro[2] Enfim, expulsos os invasores do Espírito Santo, seguiram-se as comemorações da vitória. No senado da câmara, numa sessão solene, em meio a discursos e aclamações dirigidas ao rei Felipe II e à Fé Católica, Maria Ortiz foi agraciada, por seu gesto heróico, com uma coroa de margaridas amarelas, posta sobre sua cabeça por seu pai, o escrivão Juan Orty y Ortiz. Pouco mais se sabe da vida de Maria Ortiz. Segundo Eurípedes Queiróz do Valle, a heroína veio a falecer em Vitória a 25 de maio de 1646, antes de completar 43 anos de idade. Em 1889, por influência do escritor Peçanha Póvoa, mudou-se o nome da Ladeira do Pelourinho para Ladeira Maria Ortiz. Mais tarde a ladeira virou uma escadaria e conservou o mesmo nome da heroína capixaba. Ainda hoje a escadaria Maria Ortiz é a principal ligação entre a parte baixa da cidade e a parte alta. Maria Ortiz também ganhou nome de escola e, nos anos 70, numa faixa de terra desocupada próxima ao manguezal, a história da heroína é perpetuada, mais uma vez, com o surgimento de um bairro, em Vitória, que também levou seu nome e que, hoje, é uma região residencial com mais de 11 500 moradores. Controvérsias A maior parte dos fatos que estão registrados na tradição de Maria Ortiz vêm do relato do pesquisador Eurípedes Queiróz do Valle, que teria encontrado um documento que apresentaria em detalhes a história de Maria Ortiz e os acontecimentos da invasão holandesa de 1625. Entretanto, Eurípedes foi o único a ver tal documento, que nunca foi divulgado por completo, nem fotografado nem microfilmado. Não há outro documento histórico, do século XVII ou posterior, a mencionar o nome de Maria Ortiz, o que sugere que ela provavelmente nunca existiu[3]. Uma das controvérsias está ligada ao fato de que Eurípedes Queiróz do Valle afirmar que o capitão donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, teria enviado ainda em 1625 uma carta narrando os feitos de Maria Ortiz para o Governador Geral do Brasil, Diogo Luís de Oliveira. Entretanto, Diogo de Oliveira estava em Portugal em 1625 e só assumiu o cargo de governador geral no ano seguinte, 1626[4]. Isso parece indicar que a mencionada carta é, na verdade, falsa. Segundo pesquisas históricas mais recentes, o primeiro autor a mencionar o nome de Maria Ortiz foi José Marcellino Pereira de Vasconcellos, que em 1858 (mais de 200 anos após a luta contra os holandeses) lançou o livro Ensaio sobre a História e Estatística da Província do Espírito Santo. Ali, ele escreveu: Refere Brito Freire, que no segundo dia, em que os hollandezes accommetterão a villa com maior intrepidez, experimentarião de certo melhor fortuna, si uma animosa mulher, posta á janella de uma casa aguardando a passagem do chefe, não derramasse sobre este uma caldeira d’agua fervente, que o fez retroceder, e desanimar a sua gente, declarando-se a victoria pelos habitantes com perda de 38 dos contrarios, que forão mortos, e 44 feridos. Chamava-se esta mulher Maria Urtiz.[5] Foi apenas após esta publicação que o nome de Maria Ortiz se popularizou, aparecendo em outras obras de pesquisadores e historiadores capixabas, como Misael Penna (1878) e Basílio Daemon (1879), tornando-a protagonista da vitória contra os holandeses em 1625[6]. Fatos Históricos O que os documentos históricos mostram é que houve sim uma tentativa de invasão holandesa em Vitória em 1625. Entretanto, os primeiros documentos a falar sobre esta luta sequer mencionam a participação de uma mulher. Em 1626, o padre Antônio Vieira escreveu a Annua ou Annaes da Provincia do Brazil dos dous anos de 1624, e de 1625. Nesta fonte portuguesa, está escrito que: por entre o fumo, e perturbação’ dos tiros, apparelhárao’ sete lanchas com o melhor dos Soldados, e ainda Marinheiros: os quaes saindo das Náos, e saltando livremente em Terra, começárao’ a marchar para a estancia do Cappitao’ Francisco de Aguiar Coitinho, que tambem o erá da Villa, e Senhor della. Estava aqui huma roqueira (que nao’ havia outra na Terra), e tanto que foi vista dos Inimigos, para evitarem o perigo, desfizerao’ as fileiras, e arrimando-se todos ás paredes, continuárao’ a entrada. Vendo isto o animozo Cappitaõ, manda pôr fogo á roqueira (o que nao’ foi debalde), e logo successivamente salta fóra das trincheiras, com alguns poucos, que o seguirão’ ; conjecturárao’ os Hollandezes, q. tanto ânimo vinha confiado em maior podêr de Gente ; e sem fazer rosto derao’ as costas, e largárao’ as Armas.[7] Já do lado holandês, a primeira obra a mencionar a tentativa de invasão é a Historia ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até ao fim do anno de 1636, de Johannes de Laet, publicada em 1644. Ali, o autor escreve: Mettida a gente nos bateis, largaram estes para a náo almirante, donde seguiram todos os nossos juntos para terra, e aqui se puzeram em ordem de batalha. Mas, como havia pouco espaço para arrumar toda a gente, o almirante avançou um pouco com oito ou dez fileiras. Os habitantes desta praça, informados da chegada dos nossos, se haviam apercebido para resistir, e assestaram um morteiro de bronze contra o caminho, que os nossos tinham de enfiar, e deram-lhe fogo, tanto que nos poderam alcançar. Vendo isso, salta o almirante para o lado, amparando-se atraz de uma casa, e apenas soa o tiro, apresenta-se de novamente, animando a sua gente a dar bravamente sobre o inimigo; mas, pois os officiaes e particularmente os capitães ainda não estavam na frente, nem as fileiras se achavam dispostas, segundo a ordem determinada, estando quase todos os marinheiros adiante, já estes não atendiam ás vozes, e entraram a cuidar de si, receiosos da artilheria. O almirante trabalhou com eles que avançassem, mas embalde, que o medo lhes ia lavrando pelos peitos. Voltaram costas em grande confusão, e recolheram-se aos navios com perda de oito homens, e outros tantos feridos. Na fugida alguns lançaram de si as armas[8]. A primeira vez em que é mencionada a participação de uma mulher neste evento é em outra obra que narra os acontecimentos da guerra entre portugueses e holandeses. Essa obra é a Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica, lançada por Francisco de Britto Freire em 1675, 50 anos após a luta em Vitória. Apesar disso, seu livro é bastante detalhado sobre a guerra e é considerada uma das principais obras sobre o tema. Segundo Britto Freire, tornando em o dia seguinte, a experimentar no segundo combate, o primeiro successo, huma molher Portuguesa, escolheu ao Perez [o Almirante holandês Piet Pietersz Heyn] por singularidade na differença do trajo, & lugar da pessoa, para lançarlhe do alto da casa, hum tacho de agoa fervendo sobre a cabeça. Não o pode molestar braço algum varonil, & molestou-o aquela mão feminina[9]. Anos depois, a mesma coisa é narrada em outra obra, a Istoria delle guerre del regno del Brasil, que o padre carmelita português João José de Santa Teresa publicou em italiano em Roma no ano de 1698. O texto diz: Daí indignado o Petrid [Piet Heyn] da fortuna, e enrubescendo nitidamente com a brincadeira ali feita pela mão de uma portuguesa, que subiu acima do muro e lançou sobre ele um caldeirão de água pegajosa, que com gargalhadas dos sitiados, e da mesma forma, o molestou ao extremo; ele se retirou imediatamente o exército e fez a viagem para a Holanda. [Traduzido do italiano original][10] Assim, ambas as obras parecem utilizar o acontecimento - uma armada holandesa a ser derrotada por uma mulher portuguesa a jogar água quente ou pegajosa do alto do muro de sua casa - para humilhar o almirante e a tentativa holandesa, o que não significa que tudo de fato não aconteceu. Porém, aqui também destaca-se o fato de que a mulher é tida como portuguesa e se nome não é mencionado, dando a entender que toda a tradição de Maria Ortiz e sua história foram inventadas posteriormente, e provavelmente não são verdade. Homenagens Dá nome a um dos bairros de Vitória. Dá nome a uma escadaria no centro de Vitória Dá nome a uma escola no centro de Vitória, cujo edifício é tombado como patrimônio histórico[11] Ver também